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Balé da Cidade de São Paulo: Diversidade Ganha Espaço

Durante décadas, o Balé da Cidade de São Paulo teve uma representatividade racial extremamente baixa, com pouquíssimas bailarinas negras ou indígenas em seu elenco. Recentemente, a companhia do Theatro Municipal deu um passo significativo para mudar essa realidade, lançando um edital exclusivo para selecionar dançarinas negras e indígenas.

Processo seletivo

Esse processo seletivo, inédito na história da companhia, foi motivado por uma discussão interna levantada pelos próprios bailarinos e pela equipe técnica. Até então, Grécia Catarina, de 31 anos, era a única mulher negra no corpo de baile. Sua trajetória na companhia, desde 2018, simboliza os desafios enfrentados por artistas negras no balé clássico brasileiro. Historicamente marcado por um padrão eurocéntrico de beleza e movimento.

Logo, com a chegada de Safira Santana Sacramento, 25 anos, e Cleia Santos de Souza, 27, o Balé da Cidade começa a refletir a diversidade. O edital recebeu cem inscrições de diferentes estados brasileiros e até do exterior. As candidatas passaram por um rigoroso processo de seleção, que incluiu entrevistas, pré-seleção e uma residência artística. Culminando na participação na montagem da coreografia “Réquiem SP”.

A iniciativa enfrentou críticas, mas foi defendida pela superintendente do Theatro Municipal, Andrea Caruso Saturnino, que destacou a importância da diversidade para enriquecer a expressividade e as possibilidades da dança contemporânea. Um levantamento interno mostrou que, nos 57 anos de história do grupo, apenas seis bailarinas negras haviam passado pela companhia, evidenciando a necessidade de medidas afirmativas.

Essa mudança pode abrir caminho para uma inclusão mais ampla no cenário da dança brasileira. Como afirmou Cleia Santos, ver outras bailarinas negras no palco pode inspirar novas gerações e mostrar que esses espaços também pertencem a elas.

O Balé da Cidade de São Paulo, uma das mais prestigiadas companhias do país, dá um passo histórico ao reconhecer a necessidade de transformações estruturais para refletir a realidade da sociedade brasileira.

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